Por Rodrigo Bruno de Sousa*
O sentido usado pelo
sistema capitalista reside pura e simplesmente em exercer uma função laboral,
ou seja, contribuir com o modo
capitalista de ser. Portanto, sendo descartado as faixas etárias que não
contribuem ou pelo menos não contribuíam com o sistema.
As crianças
foram enxergadas como consumidores natos em boa parte da gama de produtos,
criado e oferecido maciçamente pela indústria; os idosos que depois de longos
anos de contribuição para a sociedade são postos à margem, como peças
obsoletas, mas que também o capitalismo em sua maneira de cercear as pessoas,
arrebata com argumentos infalíveis resgatando podemos dizer o tempo que passou.
E também temos os portadores de necessidades
especiais congênitos ou por acidente, sendo construído um discurso de
inclusão que não condiz com a amplitude do termo, podendo afirmar que esta é a
que mais padece de investimentos em geral. Principalmente
em educação (no sentido de como se comportar com esses cidadãos-cidadãs).
O que motivou escrever
este foi à insatisfação referente aos adolescente-jovens que desde cedo são
incentivados pelos próprios pais a entrar no mercado de trabalho formal, depois
de algumas tentativas frustrantes acabam indo para a informalidade, quando não
para o mundo da criminalidade. Estes mesmos de morada periférica e que em
grande parte deixam a deriva o ensino formal por conta de fatores sociais,
econômicos, culturais acredito que religioso também que contribui para o
“velório” do cidadão/cidadã de 40 anos em media, que são descartados,
invalidados, postos em desuso, inútil para o capital que grosso modo apenas
suga “a riqueza das nações” expressão criada por Adam Smith. Outra preocupação é a pratica do sexo precoce que hoje se resume
ao ato apenas, ocasionando um alto índice de adolescentes grávidas sem os
respectivos companheiros mais uma forma antecipada de mostrar-se que são úteis.
Como ser útil, diante de
alternativas que são escassas e complexas? Poderia demonstrar minha utilidade
exercendo a “cidadania” em tomadas de decisão na comunidade promovendo
“organização” da mesma? Pois, o exercício de cidadania veiculado em massa pelos
meios de comunicação de massa resultam apenas na idéia de voto. Dissipando de
uma vez o ideal de luta, já fragmentado, classes que destoam contribuindo com
as características sociais desta sociedade guiada por relações humanas com
interesses “cifrados” declinam as mesmas relações pondo em cheque à tão discutida
e ao mesmo tempo abolida “Ética”. O que permeia lamentavelmente as
“aproximações” é a busca por prazer monetário que o outro (a) pode me oferecer.
Segundo Rubem Alves,
Num
mundo utilitário não existe coisa alguma permanente. Tudo se torna descartável.
O critério da utilidade retira das coisas e das pessoas todo valor que elas
possam ter, em si mesmas, e só leva em consideração se elas podem ser usadas ou
não. O que não é útil é abandonado. Perde a natureza sua aura sagrada. A
natureza é nada mais uma fonte de matérias-primas, entidade bruta, destituída
de valor.
A preocupação neste
localiza-se na “antecipação” de etapas socio-naturais que sem duvida não contribui
para o bom desenvolvimento do cidadão-cidadã. É importante e necessário o
cultivo de atitudes, valores, princípios que deixamos à margem em nome do
“progresso” tecnológico grande trunfo do sistema capitalista nos dias de hoje,
que da utilidade ou não a pessoa humana que apesar desse acontecimento reluta
cotidianamente.
Sobre o Autor:
![]() | *Rodrigo Bruno de Sousa Nasceu em Altamira no Pará em 82, é bacharel em Ciências Sociais e também graduando do curso de Ciências da Religião – UEPA e participa do Grupo de Pesquisa dos Movimentos, Instituições e Cultura Evangélica da Amazônia - MICEA |
Meu caro Tiago Sousa
Infelizmente ainda vivemos na era dos homens primatas e do capitalismo selvagem. E essa música dos Titãs nos ajuda a complementar: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=vkOvm3_oXyg
Meus parabéns pelo texto!
Abraços, :-)
Perfeito! ♪Homem primata, capitalismo selvagem♫
Postar um comentário